31.10.08

Não, não, afinal o sonoro do dia é este

Por razões mais ou menos óbvias.


Claro que continuo a preferir o original.

Sonoro do dia

30.10.08

Campanha que eu gostava de ter no portfolio

(Cliquem na imagem para ampliar)


"Mafia" "Paparazzi" "Bear"
"Prision" "Magician"
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Parabéns à CLM BBDO de Paris.

27.10.08

Estado Crítico

Brownie andou pela Amadora.

Esta frase, se retirada do contexto, pode ser facilmente entendida como piada racista. Algum energúmeno ao passar grunhiria imediatamente algo como “se há coisa que não falta na Amadora são brownies” e rir-se-ia alarvemente a seguir.


… tal como eu acabei de fazer. Só não me ri alarvemente a seguir. Mas, atenção, fi-lo apenas para exemplificar o tipo de comentário jocoso, degradante e previsível que este blog condena veementemente.


Não por ser jocoso ou degradante, mas por ser previsível.



Finda esta breve nota editorial, prossegue o post.
Dizia eu que Brownie esteve na Amadora. Está aí a 19ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, ou como é carinhosamente abreviado, FIBDA. Acrónimo bonito, este. Repetido algumas vezes em voz alta, parece alguém a tirar um cabelo da boca.


Estive à conversa com Brownie e ele revelou-me (repararam? Outro trocadilho básico) o que viu por lá. Quer dizer, não estivemos propriamente à conversa. Eu falava e ele, vamos lá, não fazia grande coisa. As outras pessoas na esplanada olhavam para nós pelo canto do olho e eu não consigo deixar de pensar que tinha alguma coisa a ver com o facto de eu estar a falar para uma máquina fotográfica. Eu na minha cadeira, ele na dele com umas almofadinhas para estar mais alto e chegar à mesa, onde tinha o seu carioca de limão.


Mas nós cá nos entendemos. E Brownie diz que gostou. Segundo ele, este ano o festival é o melhor dos últimos anos. Tem um tema que fez sempre parte do imaginário da 9ª arte (Tecnologia e ficção científica), uma boa escolha dos autores e das obras (menos palha, ao contrário de edições anteriores) e uma decoração excepcionalmente bem conseguida.


Brownie tem ainda dois destaques a fazer: uma sala dedicada à nova geração da BD chinesa (no piso inferior, quase que passava despercebida) e o trabalho de Tara McPherson, uma ilustradora nova-iorquina que impressionou bastante o nosso pequeno amigo.

Este ano, e para não variar, os prémios das BDs a concurso foram novamente mal atribuídos. E agora sou eu, Porcos no Espaço, que digo. Não Brownie. Assim de repente, lembro-me de um ano em que o prémio terá sido mesmo escandalosamente mal entregue, sobretudo tendo em conta o arrojo e a qualidade de alguns trabalhos lá presentes.



Apenas por coincidência, eu até concorri nessa edição. O júri não alcançou a genialidade da minha obra, paciência.




De resto, apenas uma nota negativa para a fraca presença de editoras, coisa invulgar num evento que já atingiu a maioridade e que está cada vez melhor.

Brownie gostou e aconselha vivamente.

22.10.08

Laços de família

Ela – Querido, temos de falar…

Ele – Que foi?

Ela – É a minha mãe. Não dá para ela continuar cá em casa.

Ele – Hã?!

Ela – É verdade. Está velha, já não faz nada bem feito e dá muita despesa.

Ele – Mas querida… é a tua mãe!

Ela – Depois treme que se farta, faz barulhos esquisitos e no outro dia até alagou o chão todo à volta. Aliás já não é a primeira vez.

Ele – E então? Vais deitar a tua mãe fora?

Ela – Hum… sim.

Ele – (silêncio)

Ela – Já olhaste bem para ela? Imagina o mau aspecto que dá às visitas. Querias fazer aquele jantar com os teus directores cá em casa, não é?

Ele – Bem visto, não tinha pensado nisso.

Ela – Podíamos comprar uma nova. Agora há umas tão jeitosas que fazem uma porção coisas.

Ele – És capaz de ter razão, até poupávamos espaço.

Ela – Pois, estás a ver?

Ele – É mesmo isso que queres? É que é da tua mãe que estamos a falar.

Ela – Eu acho melhor.

Ele – Mas o que é que lhe fazemos?

Ela – Pomos lá em baixo, que os senhores da Câmara recolhem-na.

Ele – É?

Ela – É. Ela fica bem.

Ele – Bom, ajuda-me lá a carregá-la.

Ela – Mas cuidadinho para não deixar cair. É a minha mãe, ok?
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20.10.08

dEUS é grande


Peço desculpa pelo trocadilho fácil.

Os Belgas dEUS, ontem, na Aula Magna. Daqueles concertos que ficam para sempre na memória. Energia contagiante, apesar do som demasiado estridente. Acho que deixei lá 2% da minha audição, mas valeu a pena... Graças a dEUS.

argh!! Bolas, outro...
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dEUS me perdoe.

P.S.: Quem nunca ouviu (o que andam vocês a fazer?!) aqui fica uma das mais conhecidas.


Discover dEUS!

17.10.08

Annie Leonard VS George Carlin

O que têm eles a dizer sobre o planeta?

Não é pelo facto de estar morto que Carlin deixa de ter argumentos que nos façam pensar. Annie Leonard, por outro lado, é uma activista ambiental dona de um aguçado sentido de humor.
Lembrei-me de confrontá-los e o resultado foi este:
Vejam aqui. (Este demora uns 20 minutos, mas vale a pena ver.)

P.S.: Peço desculpa a quem não domina bem outros idiomas pela quantidade de posts recentes em estrangeiro, mas é, talvez, a única hipótese de os meus dois leitores da Lituânia entenderem alguma coisa deste blog.

13.10.08

Revolução no mundo das saladas

Não é só a cenoura que faz os olhos bonitos.

Acerca de "ser interessante"

"I always tell students they will usually have to make a choice.
On the one hand: being right, but dull.
On the other hand: being wrong, but interesting.
So which should they choose?
I say go for interesting every time.
Why doesn’t most advertising work?
Because it’s ‘right’.
It’s been debated, discussed, argued, briefed, researched, debriefed, rebriefed, until it’s ‘right’.
And that’s the problem: it’s right.
It’s not interesting.
It’s not interesting, so no one notices it.
No one notices it so no one remembers it.
No one remembers it so it doesn’t work."

Dave Trott
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Traduzindo e resumindo, o que isto diz é que para um anúncio ficar na cabeça das pessoas tem de ser interessante, e para ser interessante não pode ser "correcto" (no sentido de "certinho").
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Quando acabei de ler este texto tive aquela sensação luminosa de "Claro!". Tudo bem, não é a descoberta da pólvora, mas de vez em quando é bom voltarmos ao que já sabemos apenas para refrescarmos os critérios.
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A ideia de que o "correcto" não é interessante não se aplica apenas a publicidade mas a quase tudo. Façam o teste: quem é que consideram mais interessante - General Ramalho Eanes ou Capitão Roby?

Vou pôr isto de outro modo. Quem é que teve direito a série de TV?
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Sim, são talheres propositadamente expressivos.
Não, não tem nada a ver com o assunto.

9.10.08

Parabéns!

"It annoys me how pretty my voice is... how polite it can sound when perhaps what i'm singing is deeply acidic."

Thom Yorke



Vocalista de uma das minhas bandas favoritas, aqui a solo. E fez 40 anos anteontem, dia 7.

Ontem no Hot Clube



Sheila Jordan é cantora de Jazz. Daquelas que prende a atenção do público logo no primeiro instante, com a sua franja à Beatriz Costa e o seu ar delicado de simpática octagenária. Ela canta, conversa, improvisa, enfia histórias no meio das músicas e espalha sorrisos. Acredito que para qualquer músico seja um privilégio tocar para ela. E o quarteto de ontem esteve à altura.

Brownie esteve lá e a meio até levantou um cartaz a dizer "Sheila Jordan, will you be my grandma?"

8.10.08

José Miguel diz:

- VIRGEM –
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Carta do dia: A Segurança. Isto significa que a sua vida irá atravessar um período de grande segurança. Para além disso, se lhe saiu esta carta, indica também que não é, claramente, morador no concelho de Loures. Para esses, a carta do dia é “Carro blindado”.
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Dica mística: O alinhamento dos astros favorecem-no, é altura de arriscar. Aquele penteado vanguardista que receia que não ser o seu estilo? Faça! Viajar numa low cost sudanesa? Faça! Investir todas as suas poupanças num videoclube para invisuais? Faça! Dançar nu no Metro ao som de Guantanamera? Faça! Escalar os muros do Palácio de Belém, fazer moche ao Presidente e dizer que foi uma voz na sua cabeça que lhe disse para fazê-lo? FAÇA! FAÇA! FAÇA! Não se deixe amedrontar pelas dúvidas, não queira ter as respostas todas de uma só vez. Apenas experimente.
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…E depois conte-me, que eu gostava de saber o que aconteceu a seguir.
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Para finalizar, tente incluir mais verduras no seu regime alimentar (atenção aos cogumelos) e evite seguir conselhos de quem, na realidade, não conhece. Cor da sorte: fúscia.

6.10.08

Estado crítico

Brownie está aqui ao lado aos pulinhos, com a lente embaciada e a disparar flashes eufóricos. Não o via tão excitado desde aquela vez em que saiu com duas lomográficas… Esperem, acho que ele está a tentar dizer-me qualquer coisa.

Ah sim, ele tem uma pergunta para os leitores:

Quando foi a última vez que viram um bom filme sobre chico-espertismo?


Ok, eu explico. Brownie acabou de vir do cinema. Foi ver “Destruir depois de ler” (“Burn after reading” – deve ter sido um desafio traduzir este título).

A razão de tanta excitação é que Brownie entrou na sala com as expectativas lá em cima, afinal era o novo dos Coen. E toda a gente sabe que os Coen não são capazes de fazer um mau filme.

E “Destruir depois de ler” é, basicamente isso: uma sátira sobre dois pelintras que, julgando estar em posição de negociar, acham que podem fazer farinha com a CIA. O resultado é uma comédia inteligente, recheada de magníficos diálogos e um leque de personagens muito bem sacadas. Ali tudo bate certo ao milímetro.
Este filme tem tudo para se tornar mais um clássico, ao nível do consagradíssimo “Big Lebowski”.


Uma nota aparte para Brad Pitt, que surpreende novamente com um papel completamente diferente de todos os que já fez. Ponto extra.


Acho que é isto que Brownie está a dizer. Está muito confuso, o pequenino. Ainda não recuperou da emoção. Mas ele voltará em breve, uma vez que a sua agendinha cultural está a rebentar de filmes, peças e espectáculos a chamar por ele.

Até lá, bons clics.

Dos super-heróis

Nunca fui grande fã dos tradicionais comics. Adoro BD, mas detesto homens com poderes sobre-humanos capazes de tudo, metidos em fatos de licra de cores garridas. Ainda assim, respondendo ao desafio do Clube de Contadores de Histórias (post), resolvi criar um super-herói aqui. Pelo gozo.
Mulher Solarium – Action name de Bibocas De Vasconcellos, uma tia de Cascais que, sem fazer ideia, foi cobaia de um projecto experimental de manipulação genética levado a cabo por uma rede espanhola de solários.
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Durante uma das suas habituais sessões de 45 minutos, Bibocas esteve exposta a uma complexa combinação de raios UV com um mineral capaz de actuar directamente sobre as células, provocando mutações ainda não estudadas. Certo é que nesse dia, Bibocas sentiu-se diferente. Quanto mais não fosse por ter 50 anos mas agora com corpinho de 20.
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Nasce, assim, Mulher Solarium. Apesar de se assumir como super-heroína, a sua utilidade é questionável, visto não possuir qualquer arma ou poder especial que faça a diferença num mundo cada vez mais afectado pela criminalidade e corrupção. Ela não tem uma missão, não tem um alvo, mas adora o seu fato e diz que a faz mais magra do que as suas amigas, por isso não vai desistir.
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Para já, enquanto houver gente mal vestida, mal-encarada e que ainda não utilize expressões como “supé-amoroso”, ela andará aí.

2.10.08

Tenham juízo

Pedro Tochas faz piadas. Tem trinta e tal anos e é isto que faz na vida. "Já tinha idade para ter juízo", diriam muitas mães.

Felizmente não tem e a prova disso é que continua a fazer o que mais gosta. E cada vez melhor. Este é mais um daqueles casos de génios nacionais que são premiados "lá fora" enquanto cá continua a ser menosprezado pelo público.

Eis a vossa oportunidade de se redimirem:

Está aí a MEGA TOUR - a maior de sempre - com Tochas a percorrer o país todo. Corrosivo, incómodo e com um ritmo alucinante. Vale bem a pena cada cêntimo do bilhete. Tenham juízo e vão vê-lo.
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Podem saber mais aqui.
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P.S.: Na realidade ele não é assim tão bom. Mas a mãezinha dele pediu-me que o ajudasse a promover o espectáculo, porque isto da comédia não dá lá muito dinheiro e o moço precisa de comer. E eu, por compaixão...
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P.P.S.: Se não quiserem pagar um bilhete inteiro, ao menos vão lá levar-lhe uma sande de fiambre e uma Frize.