Back from outter space
Pelo menos quero acreditar nessa ideia. Só assim se explica uma data de coisas.
Portanto, há-de ter sido qualquer coisa assim:
Levaram-me para uma sala com painéis cheios de botões e alavancas, deitaram-me num marquesa luminosa à Jean Michel Jarre, e usaram o meu cérebro como cobaia humana para um monte de experiências.
Infelizmente não chegaram a nenhuma conclusão (agora todos, um grande AAHH de espanto!), mas eu, no entanto, fiquei desde então com uma distorcida percepção da realidade, revelando um súbito gosto por cinema nórdico e fobia a flores de plástico.
A seguir deixaram-me em casa e fui jantar.
Mas mantivemo-nos em contacto até hoje, falamos imenso via messenger – Por telefone não, as operadoras já me sugam o que podem e o que não podem com os tarifários normais, o que seria se ainda me pusesse a ligar para outro planeta…
Resolvi ir visitá-los agora que tive férias.
Entre alguns amigos, reencontrei Pablo e Elsa, um casal do planeta Gnurk, de passagem pelo Algarve numa excursão de turismo sénior.
Na foto, vermelhos como lagostas, resultado de um escaldão. O fio de baba… bom, não esquecer de que estamos a falar de turismo sénior.
Pablo e Elsa são siameses. Em Gnurk é normal ser-se siamês, não é malformação de nascença, é uma forma de casamento. Por lá, levam o conceito de união demasiado à letra.
Agora vivem num só corpo, tendo Elsa optado por manter o seu cérebro de solteira, daí o aspecto do casal. Na terra deles é comum vermos isto, mas quando visitam o nosso país são frequentemente confundidos com alunos do Chapitô.
Apesar de tudo, isto eu ainda consigo explicar às pessoas. Agora tentem lá explicar o Jean Michel Jarre aos extraterrestres.