Agora o que lhe sugiro, senhor seleccionador nacional - e isto é que é verdadeiramente revolucionário! - é que aposte no factor surpresa, ensaiando jogadas defensivas tendo por base coreografias intimidatórias, um pouco à semelhança do que acontece no rugby com o
Haka dos All Blacks.
Vou fazer um supônhamos: O ponta-de-lança adversário vem disparado depois de um passe a rasgar do número 10, no canto do olho vê a baliza e tenta perceber se o guarda-redes está adiantado, não está, paciência, tenta seguir para a área com a bola nos pés e espera o apoio dos seus colegas e de repente - "Epá! Mas o que é isto?!"
Tan-tan... tttan-tan... tstan-tan... (music hall de encher chouriços, mais ou menos a partir dos 8 minutos de Thriller) tan-tan... tan-tan... tstan-tan... Bruno Alves e Pepe avançam com ar ameaçador. Tan-tstan... um pouco atrás, Bosingwa e o recém-entrado Fernando Meira... Tan-stantan... Pânico na equipa atacante... Por trás surge agora Deco ao lado de um zombie desconhecido... não, é Petit...
Antes que perceba, o adversário perde a bola. Borra-se um bocadinho. Portugal recupera o esférico e lança um contra-ataque relâmpago. Nuno Gomes hesita, remata fraco, Moutinho na recarga, GOLO!
Simples, não?
4-4-2, 4-3-3, 4-5-1... Esquemas tácticos interessantes, sem dúvida. Mas um pouco obsoletos. É preciso reinventar o jogo. É preciso alguém capaz de pensar futebol de uma perspectiva completamente nova, num misto de Leonardo Da Vinci e Andrew Lloyd Webber.
Quer ficar para a História? Vá por mim, senhor Felipão. Eu já estou a imaginar, é garantido.