Dress code laboral

C1- Olha, não sei como te dizer isto...

C2- Isto o quê?

C1- Pá, é que a malta aqui da secretária não tem muito o hábito de vir trabalhar assim.

C2- Assim como?

C1- Assim como tu vens... cof cof... sem roupa.

C2- Mas... eu sou uma coluna. Não sou uma pessoa, não sou um caniche. Não é suposto estar vestida. Nem sequer existe roupa para mim.

C1- Pois. Mas é meio constrangedor, percebes? O pessoal quer trabalhar e está a ver-te os cabos USB e os parafusos.

C2- Humm, então e vocês?! Também não estão a usar nada!

C1- Ah, é só hoje. Casual day.

José Miguel diz:

(Finalmente regressado de um retiro espiritual no mosteiro prisional do Linhó.)

- Balança -

Carta do dia: A Dúvida.
Isto significa que irá enfrentar algumas - lá está - dúvidas sobre que caminho tomar em determinadas situações. Conselho útil - pelo sim pelo não, se puder empurrar as culpas para cima de alguém mais à mão, será sempre uma boa opção.

Dica mística: Com a Lua algures em parte incerta e o Planeta Regente em trânsito na linha do Tua, poderá vir a acusar alguma desmotivação ou falta de confiança nas suas capacidades. Se for o caso, não se deixe abater. Quebre a rotina por um instante: vista o seu melhor pijama, abuse do baton preto nos lábios e ao redor, pegue numa velha catana e apanhe o autocarro para o trabalho (não se esqueça de olhar fixamente para o chão enquanto vai murmurando qualquer coisa imperceptível). Irá notar uma súbita compreensão por parte de quem o/a rodeia.

Amor: não dê ninguém por garantido. A menos que tenha uma cave espaçosa; isso já ajuda.

Saúde: evite tabaco, sal, viagens ao México e cortar unhas com tesouras de podar.

Nº da sorte: 9137720584 (ligar só depois das sete e meia)

Milagre!

É atribuído ao dia de ontem, 13 de Maio, a explicação para o acontecimento ainda por justificar (vulgo “milagre”, segundo os populares) e que hoje aqui se presencia: o regresso à sua actividade regular de Macaquinhos no Sótão.

A prová-lo, temos Maria de Jesus, 42 anos, mala de mão, que não falava há 13 anos e que subitamente começou a tecer comentários sobre economia, nouvelle cuisine e física nuclear.


Perante tão avassaladora demonstração de poder divino, também eu, Porcos no Espaço, que já via caras, passei agora a ouvir vozes. Duas, para ser preciso.

Uma dizia-me “Próxima estação, Campolide. Estação de ligação com a linha da Azambuja.”

A outra ecoou forte dentro da minha cabeça, dizendo “Porcos, levanta-te e escreve.”, ao que eu repliquei “Se não se importa, eu preferia ficar sentado. Dá-me mais jeito para escrever.”. E a voz concluiu “Isso, isso, puxa um banquinho.”

E hoje aqui estou, com muita fé que este blog volte aos seus dias de glória.
Aleluia, irmãos!