Quarta-feira de Cinzas
Felizmente.
Assim de repente tenho dificuldades em lembrar-me de festa mais deprimente que o Carnaval.
Há excepções, tudo bem, mas não chega para me fazerem gostar desse inferno de bimbalhice que é o Carnaval. Dante só não escreveu mais sobre este tema porque naquele tempo ainda não existiam foliões como nós os conhecemos.
O que vale é que passa rápido. Hoje já é quarta-feira de Cinzas.
Para este amigo, todas as quartas-feiras são de cinzas. E todas as quintas e todas as sextas.
Não se pode dizer que seja um folião compulsivo, é só um gajo com um emprego muito merdoso.
Passa ali o dia plantado, a ver passar, e só se dirigem a ele para apagar beatas na sua boca. Ainda por cima, belfo.
Uma vez fui lá meter conversa. Fui um bocado a medo, não fosse dar com um ressabiado, mas nada disso.
Apesar de já estar um bocado queimadinho, é um tipo com quem se pode ter uma conversa decente. Muito educado, muito culto (para os padrões de cultura de cinzeiro), com sentido de humor e por acaso também não suporta o Carnaval.
3 Comentários:
Eu gosto desse nosso amigo. Acho que deveria impor-se mais à porta de restaurantes, bares e locais onde não fumadores estão envoltos em nuvens de fumo. Sim adoro cinzeiros, o símbolo de um cigarro apagado.
Tenho dito
Por acaso escolheste bem. O teu amigo tem muito bom aspecto, tem até um ar algo aristocrático, sei lá, parece ser um cinzeiro importante.
Consta, no entanto, repara que digo consta porque eu não assisti à cena, mas consta que há dias, um tipo, depois de aspirar uma valente fumaça, apagou na sua boca delicada a ponta incandescente de um cigarro, que fez o teu amigo perder a pose e as estribeiras e mandou o "pobre" do fumador para uma série de sítios que ninguém me soube dizer onde ficavam.
Acho que não deve ser nada fácil ser-se cinzeiro neste país!
quando é que pensas em publicar?
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