Chá, café, laranjada?
Por mais que eu tente, a actualidade ainda não passa totalmente ao lado deste blog. Na recta final da discussão sobre o aborto, os argumentos intensificam-se e, pior que isso, massificam-se. Não é possível ao cidadão comum escapar aos cartazes espalhados por toda a parte, aos constantes debates televisivos e radiofónicos, ou às opiniões das pessoas na rua e nos cafés.
Pessoalmente, confesso que o que é demais cansa. Não seria de descartar a ideia de um novo formato de consulta popular, tendo por base o saudoso programa da RTP2 “Agora escolha”. Recuperava-se a Vera Roquete, apresentavam-se dois blocos de argumentos, e depois deixava-se a votação decorrer por telefone enquanto se repunha “As aventuras de Tom Sawyer”. Quanto mais não fosse, combatia-se a abstenção.
A questão do aborto em si continuará sem resposta, já que se discute tudo à volta menos a pergunta concreta que é feita. Em contrapartida extremaram-se as duas posições, de tal forma que quanto a essas não restam dúvidas. Os defensores do NÃO assumem o papel de retrógrados-hipócritas-fascizóides, ao passo que os apologistas do SIM são conotados com libertinos-facilitistas-assassinos-de-criancinhas. Quanto a argumentos, parece que já todos foram utilizados: a vida enquanto bem inviolável, os direitos da mulher, o dinheiro que provavelmente sairá do bolso dos contribuintes caso o SIM ganhe, entre muitos outros.
Não tenciono alongar-me muito neste tema aqui no blog, no entanto quero só chamar a atenção para um dos argumentos que mais me diverte. É daqueles sorrateiros, porque no meio das enormidades que o NÃO defende, este até faz algum sentido. Se um gajo não está atento, ainda passa.
Diz o NÃO que se a mulher não quiser ou não puder sustentar a criança, pode dá-la para adopção. Neste ponto estou de acordo com eles. Aliás, o Estado devia criar mais instituições que se prontificassem a receber coisas que eu não queira: crianças, adultos, roupa que já não sirva, móveis velhos, livros do ciclo, telefones avariados, tudo o que estiver a mais. Desde que isso não me saia dos impostos, claro. Se tiver direito a retoma, melhor ainda.
Estou certo que, com a celeridade e eficácia que caracteriza o processo de adopção em Portugal, o psiché que lá tenho em casa irá ser muito feliz com a sua nova família.
Acredito que o país está dividido, não pelo tema em si, mas pela forma como a pergunta está formulada. Talvez com um pequeno ajuste no português se pudesse pôr toda a gente do mesmo lado.
– “Concorda com o fim da palhaçada?” – Esta seria a pergunta mais honesta e consensual.
Toda esta polémica a dividir o país surge por causa de apenas um referendo. Repito, 1 referendo 1!
Com tantos assuntos delicados que ainda atrasam o país, acredito que se fosse feito um referendo para cada um, estaríamos no bom caminho de uma bonita guerra civil. Daí esta minha sugestão aos governantes do país: um referendo global para despachar já uma mão cheia de temas aborrecidos sem nos chatearmos todos.
Pessoalmente, confesso que o que é demais cansa. Não seria de descartar a ideia de um novo formato de consulta popular, tendo por base o saudoso programa da RTP2 “Agora escolha”. Recuperava-se a Vera Roquete, apresentavam-se dois blocos de argumentos, e depois deixava-se a votação decorrer por telefone enquanto se repunha “As aventuras de Tom Sawyer”. Quanto mais não fosse, combatia-se a abstenção.
A questão do aborto em si continuará sem resposta, já que se discute tudo à volta menos a pergunta concreta que é feita. Em contrapartida extremaram-se as duas posições, de tal forma que quanto a essas não restam dúvidas. Os defensores do NÃO assumem o papel de retrógrados-hipócritas-fascizóides, ao passo que os apologistas do SIM são conotados com libertinos-facilitistas-assassinos-de-criancinhas. Quanto a argumentos, parece que já todos foram utilizados: a vida enquanto bem inviolável, os direitos da mulher, o dinheiro que provavelmente sairá do bolso dos contribuintes caso o SIM ganhe, entre muitos outros.
Não tenciono alongar-me muito neste tema aqui no blog, no entanto quero só chamar a atenção para um dos argumentos que mais me diverte. É daqueles sorrateiros, porque no meio das enormidades que o NÃO defende, este até faz algum sentido. Se um gajo não está atento, ainda passa.
Diz o NÃO que se a mulher não quiser ou não puder sustentar a criança, pode dá-la para adopção. Neste ponto estou de acordo com eles. Aliás, o Estado devia criar mais instituições que se prontificassem a receber coisas que eu não queira: crianças, adultos, roupa que já não sirva, móveis velhos, livros do ciclo, telefones avariados, tudo o que estiver a mais. Desde que isso não me saia dos impostos, claro. Se tiver direito a retoma, melhor ainda.
Estou certo que, com a celeridade e eficácia que caracteriza o processo de adopção em Portugal, o psiché que lá tenho em casa irá ser muito feliz com a sua nova família.
Acredito que o país está dividido, não pelo tema em si, mas pela forma como a pergunta está formulada. Talvez com um pequeno ajuste no português se pudesse pôr toda a gente do mesmo lado.
– “Concorda com o fim da palhaçada?” – Esta seria a pergunta mais honesta e consensual.
Toda esta polémica a dividir o país surge por causa de apenas um referendo. Repito, 1 referendo 1!
Com tantos assuntos delicados que ainda atrasam o país, acredito que se fosse feito um referendo para cada um, estaríamos no bom caminho de uma bonita guerra civil. Daí esta minha sugestão aos governantes do país: um referendo global para despachar já uma mão cheia de temas aborrecidos sem nos chatearmos todos.
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(Eu também gostava de clicar na imagem para ampliar, mas por razões que só o senhor internet conhece, não está a dar. Por isso, transcrevi as perguntas aqui em baixo. Devem ser lidas com o máximo de atenção, por um voto em consciência.)
- Aborto
- Drogas leves
- Prostituição
- Eutanásia
- Casamentos gay
- Adopção de crianças por casais gay
- Regionalização
- Pena de morte
- Corrupção activa (especial para autarcas)
- Imigração ilegal
- Trabalho infantil
- Pedofilia
- Desemprego
- Impostos
- Pirataria na internet
- Terrorismo
- Venda de Portugal a Espanha
- Venda da Madeira à Venezuela
- Tuning
- Taxistas
- Provas globais
- Crucifixos em igrejas
- Canibalismo
- Turismo sénior (em particular quando oferecem 5 L de azeite em viagens de 1 dia a Salamanca)
- A actual receita de Amêijoas à bulhão pato
- Liberdade para Xanana Gusmão
- Gente que utiliza um “S” no final dos verbos na 2ª pessoa do singular, como em “”fostes”, “fizestes” ou “comestes”.
- Carrilho é bicha?
- Fechou bem a porta quando saiu de casa?
- Toma alguma coisa? Chá? Café? Laranjada?
"Sim" ou "não" basta.
2 Comentários:
É bom ver a preocupação em cativar os leitores, a repetir as perguntas em imagem e texto, nao deixas escapar nem um ( já tens a versão pra invisuais?)
mais um pouco e explicas a piada.
Invisuais e outras minorias podem queixar-se ao Bloco e fazer uma manifestação à porta da minha casa.
Quero ver essas rastas!
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