27.11.07

O porco e as ovelhas

O que vos mostro hoje tem tanto de inexplicável como de assustador. Algures na fachada de um edifício existe esta imagem.



“A opressão do mundo natural, ditada por caprichos económicos de sociedades urbanas emergentes”. Temática interessante, plena de sentido e actualidade; podia ser o título da obra.

Mas não. Temos apenas um porco e duas ovelhas (ou cabras, dependendo do que o “artista” pretendia). Inexplicável, portanto.



Por que é que veio, então, parar ao blog?

Primeiro, porque não é minimamente importante, e quando assim é…

E depois, porque tem uma cara. Não falo do óbvio, das faces dos animais. Mas reparem no focinho do porco.

O focinho do porco é, em si, uma cara. Um smile típico.



Agora, o que não compreendo é por que se tentou encobrir esta situação, desenhando toda aquela cena animal em redor. Quem o terá feito? Por que terá feito?

E por que não está o smile a rir? Parece-me inclusivamente apreensivo. Por que razão está o smile do porco apreensivo? Será por estar a servir de focinho? Ou saberá de alguma coisa que não nos pode dizer? Alguma coisa importante? Alguma coisa preocupante? Será que não nos quer alarmar?

O que terá um focinho de porco para nos dizer que nos possa deixar alarmados (para além do simples facto de estarmos a falar com o focinho de um porco, claro)?


Tantas perguntas na minha cabeça e nenhuma resposta para me acalmar o espírito. Decidi, por isso, armar-me em Dan Brown da linha de Sintra e tentar desvendar toda esta conspiração. Peguei em material que normalmente se costuma utilizar para desvendar conspirações (a minha máquina fotográfica) e voltei ao local.


O resultado foi este.


Assustador? Um pouco. Ao procurar por alguma mensagem escondida - e quem sabe, perto de descobrir um segredo bem guardado - o porco e as ovelhas (ou cabras, dependendo do que o “artista” pretendia) como que ganharam vida repentinamente e os seus olhos iluminaram-se, ameaçando desintegrarem-me ali mesmo com poderosos raios.


Naquele momento, o meu instinto veio ao de cima e tentei desembrulhar-me da situação recorrendo a uma técnica genuinamente lusa: disfarcei e meti conversa.

- Olá, e tal...

Do outro lado nada. Só aqueles olhos iluminados.

- Isto agora anoitece num instante – continuei. Sem resultado.

Fiquei ali mais um bocado a puxar conversa, mas aquilo é gente que não dá confiança. Às tantas, cansado de estar no meio da rua a falar para a parede, fui para casa.


Desta escapei, mas não descanso enquanto não descobrir o que se passa ali.

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