O porco e as ovelhas
“A opressão do mundo natural, ditada por caprichos económicos de sociedades urbanas emergentes”. Temática interessante, plena de sentido e actualidade; podia ser o título da obra.
Mas não. Temos apenas um porco e duas ovelhas (ou cabras, dependendo do que o “artista” pretendia). Inexplicável, portanto.
Por que é que veio, então, parar ao blog?
Primeiro, porque não é minimamente importante, e quando assim é…
E depois, porque tem uma cara. Não falo do óbvio, das faces dos animais. Mas reparem no focinho do porco.
O focinho do porco é, em si, uma cara. Um smile típico.
Agora, o que não compreendo é por que se tentou encobrir esta situação, desenhando toda aquela cena animal em redor. Quem o terá feito? Por que terá feito?
E por que não está o smile a rir? Parece-me inclusivamente apreensivo. Por que razão está o smile do porco apreensivo? Será por estar a servir de focinho? Ou saberá de alguma coisa que não nos pode dizer? Alguma coisa importante? Alguma coisa preocupante? Será que não nos quer alarmar?
O que terá um focinho de porco para nos dizer que nos possa deixar alarmados (para além do simples facto de estarmos a falar com o focinho de um porco, claro)?
Tantas perguntas na minha cabeça e nenhuma resposta para me acalmar o espírito. Decidi, por isso, armar-me em Dan Brown da linha de Sintra e tentar desvendar toda esta conspiração. Peguei em material que normalmente se costuma utilizar para desvendar conspirações (a minha máquina fotográfica) e voltei ao local.
O resultado foi este.
Assustador? Um pouco. Ao procurar por alguma mensagem escondida - e quem sabe, perto de descobrir um segredo bem guardado - o porco e as ovelhas (ou cabras, dependendo do que o “artista” pretendia) como que ganharam vida repentinamente e os seus olhos iluminaram-se, ameaçando desintegrarem-me ali mesmo com poderosos raios.
Naquele momento, o meu instinto veio ao de cima e tentei desembrulhar-me da situação recorrendo a uma técnica genuinamente lusa: disfarcei e meti conversa.
- Olá, e tal...
Do outro lado nada. Só aqueles olhos iluminados.
- Isto agora anoitece num instante – continuei. Sem resultado.
Fiquei ali mais um bocado a puxar conversa, mas aquilo é gente que não dá confiança. Às tantas, cansado de estar no meio da rua a falar para a parede, fui para casa.
Desta escapei, mas não descanso enquanto não descobrir o que se passa ali.
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