O estado da cultura em Portugal
Já abriu em Lisboa mais uma edição da Feira do Livro.
A organização da Feira do Livro queixa-se da baixa afluência de público. Ok, estão lá sempre aqueles fanáticos que todos os anos saem de casa por esta altura com a missão de encontrar verdadeiras pechinchas, mas o número não é significativo.
É o alheamento da população que está na base desta situação embaraçosa.
Pode-se dizer que o país está a emburrecer?
Pode. Mas neste caso, talvez essa não seja a única explicação.
O facto é que a Feira está de volta mas sem qualquer inovação.
Como todos os anos, a Feira do Livro de Lisboa vende... livros. Coerente, eu sei. Mas irrelevante.
Lá podemos encontrar os mesmos livros que encontramos todo o ano nas lojas, praticamente aos mesmos preços. Com Fnacs, Bertrands, Bulhosas e até Internets, a oferta da Feira pouco acrescenta. Então o que é que me leva até lá? A tradição?
O que é que faz com que deixe de folhear calma e confortavelmente os livros para ir vê-los de longe, sujeito a encontrões e a ter de levar com um livreiro a olhar-me com cara de "vais comprar isso ou quê?"?
É uma má troca.
Para mim, a Feira precisa de mais argumentos - novos argumentos - ou corre o risco de se tornar mais um caso típico de não-saber-acompanhar-os-tempos, tão comum em Portugal.
Um pouco à semelhança do Festival da Canção: outrora um grande acontecimento que sugava a atenção do país e marcava espaço na sua agenda cultural; hoje, um evento banalizado.
Ainda assim, vale sempre a pena lá ir. Mesmo que seja só para não me darem razão.
3 Comentários:
É como dizes... Não vou lá ha uns anos, porque simplesmente não há oferta nova. Se mandamos vir da net, a preços que nao sao maus, verdadeiras raridades, para que perder tempo a ver livros velhos caros?
Pois é... A Feira do Livro por si só já não atrai tantas pessoas como antigamente. Os preços já não são tão atractivos, os hábitos de leitura têm-se perdido e as condições da Feira estão cada vez piores.
Para os que nunca foram lá, nesta 77ª edição da Feira do Livro, aconselha-se que façam as vossas necessidades antes de irem à feira porque, este ano, não há casas de banho!
Há uma WC na zona da feira mais próxima da rotunda do Marquês, que mais parece um bunker abandonado.
É sombrio. Façam mesmo o que tiverem a fazer em casa, é um conselho.
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