Aperto de mão
Costuma dizer-se que é revelador da personalidade de cada um. A ser verdade, isso deixa-me bastante apreensivo.
Pense-se na quantidade de potenciais psicopatas que circulam tranquilamente por aí.
Falo daqueles a quem nunca foi dito que um aperto de mão é apenas um cumprimento e não uma oportunidade para se vingarem da sociedade, esmigalhando os ossinhos todos do outro indivíduo.
Normalmente processa-se do seguinte modo: olham nos olhos do inimigo (o termo é este, não tenhamos ilusões), estendem o braço e, qual Chuck Norris, apertam-lhe a mão com ferocidade, esperando um pedido de clemência ou então ver os olhos saltarem-lhe das órbitas. No fundo, tudo se resume a uma prova de masculinidade, a um marcar de posição, como que afirmando com veemência “EU TENHO MUITA PERSONALIDADE E VOU JÁ MOSTRAR-TE!”.
Por oposição, temos pessoas que dão a mão para que alguém a apanhe antes que caia. Refiro-me àqueles cumprimentos sem firmeza, que ao apertar ficamos com a sensação de estar a segurar num Capri-Sonne.
Porquê estes apertos sem dignidade?
Será que nutrem desprezo pela civilização? Será que receiam ser algemados, como nos filmes? Será que, timidamente, nos estão a tentar dizer que não lavaram as mãos depois de terem mictado? O que esconde esta gente? Seja qual for o motivo, desconfiar.
Por fim, consigo ainda detectar uma categoria-nicho a que chamo “Descronometrados”.
Este restrito grupo de pessoas padece de ansiedade aguda, que faz com que comecem o aperto de mão cedo demais, antes de a outra mão ter chegado completamente à posição ideal de encaixe para um aperto como deve ser. Mal sentem a proximidade da segunda mão, lá estão eles já a agarrar. Isto resulta, não num aperto de mão, mas num prender de dedos; o que, para além de incómodo, se torna também embaraçoso.
A estas pessoas, apenas posso sugerir um pouco de calma. Saibam esperar, um aperto de mão nem é coisa para demorar assim tanto tempo. Se necessário, olhem para baixo para verificar se a outra mão já chegou e se está a postos.
Após profunda dissertação sobre um tema que andava a incomodar tanta gente, hoje trago-vos um outro aperto de mão. Uma história curtinha para encerrar o post.
Um dia Maria João - a Mão foi almoçar com os colegas a um oriental ali perto. Comeu caril de vegetais regado a sangria manhosa e rematou com um café quente. A meio da tarde já tinha realizado duas diligências até ao WC.
Um aperto valente, que ainda hoje é lembrado lá no escritório.
Pense-se na quantidade de potenciais psicopatas que circulam tranquilamente por aí.
Falo daqueles a quem nunca foi dito que um aperto de mão é apenas um cumprimento e não uma oportunidade para se vingarem da sociedade, esmigalhando os ossinhos todos do outro indivíduo.
Normalmente processa-se do seguinte modo: olham nos olhos do inimigo (o termo é este, não tenhamos ilusões), estendem o braço e, qual Chuck Norris, apertam-lhe a mão com ferocidade, esperando um pedido de clemência ou então ver os olhos saltarem-lhe das órbitas. No fundo, tudo se resume a uma prova de masculinidade, a um marcar de posição, como que afirmando com veemência “EU TENHO MUITA PERSONALIDADE E VOU JÁ MOSTRAR-TE!”.
Por oposição, temos pessoas que dão a mão para que alguém a apanhe antes que caia. Refiro-me àqueles cumprimentos sem firmeza, que ao apertar ficamos com a sensação de estar a segurar num Capri-Sonne.
Porquê estes apertos sem dignidade?
Será que nutrem desprezo pela civilização? Será que receiam ser algemados, como nos filmes? Será que, timidamente, nos estão a tentar dizer que não lavaram as mãos depois de terem mictado? O que esconde esta gente? Seja qual for o motivo, desconfiar.
Por fim, consigo ainda detectar uma categoria-nicho a que chamo “Descronometrados”.
Este restrito grupo de pessoas padece de ansiedade aguda, que faz com que comecem o aperto de mão cedo demais, antes de a outra mão ter chegado completamente à posição ideal de encaixe para um aperto como deve ser. Mal sentem a proximidade da segunda mão, lá estão eles já a agarrar. Isto resulta, não num aperto de mão, mas num prender de dedos; o que, para além de incómodo, se torna também embaraçoso.
A estas pessoas, apenas posso sugerir um pouco de calma. Saibam esperar, um aperto de mão nem é coisa para demorar assim tanto tempo. Se necessário, olhem para baixo para verificar se a outra mão já chegou e se está a postos.
Após profunda dissertação sobre um tema que andava a incomodar tanta gente, hoje trago-vos um outro aperto de mão. Uma história curtinha para encerrar o post.
Um dia Maria João - a Mão foi almoçar com os colegas a um oriental ali perto. Comeu caril de vegetais regado a sangria manhosa e rematou com um café quente. A meio da tarde já tinha realizado duas diligências até ao WC.
Um aperto valente, que ainda hoje é lembrado lá no escritório.
3 Comentários:
Se não foi uma abelhinha que me veio dizer, por certo pressenti que aquela do “Descronometrado” tinha alguma coisa a ver comigo.
E o dilema instalou-se de imediato. Será que manifesto ansiedade ao não encontrar a outra mão para apertar ou estarei apenas “descronometrado” (desesperado soaria melhor) por chegar cedo de mais quando a mão do parceiro ainda anda a navegar à procura do local de encontro?
Quanto à intenção (à força) do “aperto” não lhe chamaria “personalidade” mas tão-somente decisão.
Demascarenhas, é só um aperto de mão. Certamente até saberás fazer coisas mais complicadas, portanto hás-de lhe apanhar o jeito.
tás com pouco para fazer, certo?
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