Salvem Nuno Markl

Podia ser este o tema de uma eventual campanha para promover “Hot Fuzz” nas salas de cinema portuguesas. Podia, mas não é.

Nuno Markl insistiu, insistiu e conseguiu convencer a Lusomundo a estrear o filme por cá. Agora é preciso que a malta vá ver, senão ele é bem capaz de perder a réstea de credibilidade de que ainda goza junto dos senhores da Lusomundo.

Não que isso me incomode de sobremaneira, mas é que caso tal aconteça, dificilmente poderei assistir no cinema a alguns filmes considerados “não-prioritários” e que injustamente acabam por passar ao lado de muito boa gente.


Nuno Markl deu a cara, colocou os testículos no cepo (colocou apenas um, já que o outro, segundo diz, gostaria de doá-lo à ciência um dia) e o filme aí está. Fui ontem à antestreia no Colombo, completamente à borliú, como o português gosta.


Não paguei mas podia ter pago. Este é o tipo de filme que me faz querer dar o meu dinheirinho pelo bilhete. Vale cada cêntimo.



“Hot Fuzz” é uma brilhante comédia britânica sobre uma esquadra de polícia numa vilazinha inglesa, conservadora e feliz. Simon Pegg é Nicholas Angel, um excepcional polícia de Londres, que por ser bom demais acaba por ser transferido para a tal vila (Sandford). A partir daqui o filme ganha contornos de uma gigantesca paródia aos clássicos de acção americanos, mas sempre no tom britcom. O timing de comédia de “Hot Fuzz” é sublime, apenas ao alcance de mestres na matéria. A realização quase que faz o resto.



Volto a dizer, e sublinho: vale bem cada cêntimo do bilhete.