Noite dura
05h47. O sol acorda, tímido, para mais um dia atarefado na cidade.
Gonçalo regressa a casa em sentido inverso ao dos primeiros mortais que seguem, mal encarados, para o trabalho.
“Tanta gente acordada!” – pensa. Gonçalo constata com surpresa que, ao contrário do que supunha, existe vida na Terra àquela hora. “Vida”, aqui no sentido mais lato do termo, como é óbvio. Porque da sua experiência, este mundo por onde agora se arrasta em movimentos curtos e descoordenados, chamado “Manhã”, não é aquele paraíso que pintam.
De manhã, a luz ofusca e magoa os olhos. De manhã, a brisa fresca e leve carrega um manto de monóxido de carbono. E de manhã, as buzinas dos condutores enfurecidos fazem eco no cérebro.
A manhã não tem poesia. É um mundo hostil, e é por isso que Gonçalo o evita.
Já perto de casa, decide parar um pouco para se recompor. A noite foi dura.
Todas as noites são duras numa semana académica a preceito. A vida social nocturna de um estudante é bastante exigente.
Gonçalo apoia-se num semáforo ainda intermitente enquanto ensaia discurso para a mãe. Quando pensa que já tem as palavras certas na ponta da língua, a única coisa que lhe sai é
Gonçalo regressa a casa em sentido inverso ao dos primeiros mortais que seguem, mal encarados, para o trabalho.
“Tanta gente acordada!” – pensa. Gonçalo constata com surpresa que, ao contrário do que supunha, existe vida na Terra àquela hora. “Vida”, aqui no sentido mais lato do termo, como é óbvio. Porque da sua experiência, este mundo por onde agora se arrasta em movimentos curtos e descoordenados, chamado “Manhã”, não é aquele paraíso que pintam.
De manhã, a luz ofusca e magoa os olhos. De manhã, a brisa fresca e leve carrega um manto de monóxido de carbono. E de manhã, as buzinas dos condutores enfurecidos fazem eco no cérebro.
A manhã não tem poesia. É um mundo hostil, e é por isso que Gonçalo o evita.
Já perto de casa, decide parar um pouco para se recompor. A noite foi dura.
Todas as noites são duras numa semana académica a preceito. A vida social nocturna de um estudante é bastante exigente.
Gonçalo apoia-se num semáforo ainda intermitente enquanto ensaia discurso para a mãe. Quando pensa que já tem as palavras certas na ponta da língua, a única coisa que lhe sai é
“Foi da comida, não me caiu nada bem.” .
.
"Nunca mais volto àquele restaurante. Péssimo!"
3 Comentários:
Não consigo parar de rir.
Esse estudante devia ser como um que conheci...frequentador do Caldas. lol
Não conheço esse estudante. De qualquer maneira também não sou frequentador do Caldas, só fui lá duas ou três vezes, o suficiente para ficar a saber que a comida não é de boa qualidade.
LINDO!!!
eduardo
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